Gesias Cavalcante

4 de mai. de 2011



Gesias Cavalcante emplacou uma série de sete vitórias consecutivas no K-1 Heroes, chegando a ser bicampeão do GP do evento. A maré favorável fez o lutador brasileiro ser considerado um dos melhores pesos leves do mundo, mas ela começou a virar depois que o atleta enfrentou seguidas lesões no joelho, que culminaram em uma cirurgia. A boa fase ficou mais distante, tanto é que o brazuca perdeu três de suas quatro últimas lutas. Ainda sem receber a bolsa da última luta que fez no evento japonês, Gesias, que não está em boa situação no evento norte-americano, torce para que os bons ventos voltem a soprar a seu favor e aguarda nova oportunidade para recolocar sua carreira na rota das vitórias. Em entrevista exclusiva à TATAME, o peso leve falou sobre sua situação no MMA e lamentou a queda do mercado japonês, rasgando elogios ao atual campeão de sua categoria no Strikeforce, Gilbert Melendez.

Como está a sua situação com o Dream? Eles deram alguma resposta às suas reclamações no Twitter sobre falta de pagamento?

Até agora nada. Meu manager já ligou, mas ninguém responde, não atendem. É muita falta de respeito, os caras simplesmente desapareceram. A situação no Japão não está boa, por causa do tsunami, mas mesmo assim não é desculpa, porque já tem quase um ano. Era para eles estarem pelo menos respondendo, pois tem pessoas que falam que eles estão trabalhando para fazer um novo evento.

Você pretende tomar alguma medida judicial para receber a bolsa?


Já estou pensando nisso, procurando advogado, buscando outra agência no Japão, alguém de lá, mais próximo, que possa resolver isso.

O que você acha dessa nova queda do mercado de MMA no Japão? Te surpreende?

Ao longo dos anos, depois de 2007, fui vendo que não estava a mesma coisa. Acho que o Japão não acompanhou o grande “boom” do Vale-Tudo, a profissionalização. O pessoal do Ultimate é diferente do pessoal do Japão, que marca luta em cima da hora, duas, três semanas antes. Assim fica difícil de fazer marketing, promover o evento... Vi que se não mudasse a ideia, a cabeça, de como promover pensando em algo global, isso iria acontecer, como aconteceu.

Sempre tive muita esperança de que continuasse porque o público é muito fissurado e respeita os lutadores. Não é coisa de modismo, eles gostam da luta, da arte, então achava que, por mais que caísse, o evento fosse se manter pelo público. Fico triste até pela história, por ter lutado no K-1, no Heroes... Tenho uma história lá, amigos e fãs. Quando aconteceu a tragédia (terremoto seguido de tsunamis) fiquei preocupado para saber como estavam, mas está todo mundo bem.

Você acha que eles vão conseguir reverter essa situação e voltar a ser um mercado atrativo?

Depende de como eles vão se portar agora, se vão conseguir investidores, alguém para acreditar em um evento lá. O que pode acontecer é o Ultimate entrar lá e tomar conta como tem feito, chega e domina. Se o UFC entrar nessa brecha agora, vai ser difícil de outro evento correr atrás.


E como está a sua situação no Strikeforce?

Não está muito boa, não. Estão me prometendo uma luta desde dezembro e todo mês é a mesma coisa, falam que será no próximo card, no mês que vem... Nesse meio tempo vieram com duas lutas, com cinco dias de antecedência e eu pedi um tempo para pensar. Eles me ligavam de manhã e eu pedia para dar a resposta à noite. Aí, quando eu ligava, eles já tinham arrumado alguém, sem dar satisfação, sem ligar... Espero que com a compra do Strikeforce, o evento melhore a organização, a estrutura...

Como a compra do Strikeforce pelo UFC muda o mercado?

O monopólio nunca é bom, é meio complicado. Por enquanto, está sendo bom porque são duas companhias diferentes, com contratos individuais. Quem tem contrato com o UFC, não tem nada a ver com o Strikeforce. Isso vai ser bom para o esporte, pois no fim das contas, dá para fazer super lutas, com pessoas dos dois eventos, e pode ter um público diferenciado, mas mesmo assim estou na espera de outros eventos. O mundo é muito grande, espero que outros países cresçam e com eles apareçam outros bons shows.

O Gilbert Melendez, atual campeão da sua categoria, atropelou mais um no Strikeforce. O que você achou da luta?

Ele lutou muito bem, meteu o ritmo desde o início, não deixou o adversário se encontrar, usar a força, e impressionou. Ele usou uma boa tática e soube aproveitar a oportunidade que conseguiu no começo.


Ele está pedindo por uma luta contra campeão do UFC, Frankie Edgar, dizendo que se considera o melhor do mundo. Você concorda?

É difícil concordar ou discordar quando os dois nunca lutaram, mas o vejo como o número um. É questionável, mas o vejo como número um.

Fonte:Tatame.com.br

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